Por isso que não se pode produzir moda (ou estilo) sem conhecimento, sem cultura, sem investigação, sem curiosidade, sem sensibilidade e sem pesquisa – @pinterest é fonte, porém, por mais abundância estética e estímulo visual que ele possa trazer para nosso olhar, a plataforma está mais para uma máquina da @eletrolux que não polui o meio ambiente com garrafas de plástico para matar a sede do ego (o que já é ótimo! Pois ajuda a combater o ctrl c ctrl v de looks mentirosos do dia #preguiça que só poluem a imaginação das consumidoras ) mas, como todas sabemos, ele precisa ter o filtro trocado de tempos em tempos, diferentemente de uma cachoeira, por exemplo, natural, com seu infinito abastecimento de água; metáfora aqui para o que chamaremos de inspiração fashion universal.
Explico-me: vivemos numa época na qual a falta de identidade se tornou a própria identidade. A ausência de estilo transforma-se no próprio estilo, e a perda ou o excesso de referências (‘créditos do look na foto’) torna-se a própria referência. Vivemos tudo de maneira tão rápida e nos enganamos na busca do NOVO, que nos dá a idéia de vivermos o “agora” e nos traz a sensação de estarmos vivos, porém, repetidamente confundimos o NOVO com sua versão menos filosófica, a mera NOVIDADE.
Aurélio, corre aqui:
novo: adjetivo,
- que serve para modificar um substantivo, acrescentando uma qualidade, uma extensão ou uma quantidade àquilo que ele nomeia.
novidade: substantivo feminino
- condição do que aparece, do que se apresenta pela primeira vez.
- condição do que é original, extraordinário; inovação, originalidade.
- tudo aquilo que é produto da criação artística, imaginativa, ou resultado de um planejamento publicitário associado à indústria e/ou ao comércio.”tratava-se de uma n. em matéria de espetáculo”
Mas a Moda é isso mesmo, uma eterna insatisfação da satisfação.
Por isso que uma das características da moda é sua própria negação. Ela é autodestruidora justamente porque ela não existiria, ou melhor, não sobreviveria, sem a criação do desejo.
Por isso que, aqui, as camisetas não saem de linha. Não tem temporada primavera/verão ou outono/inverno. Quando a gente fala de slow fashion, não é jogada de marketing: é proposta de uma nova narrativa de consumo mesmo, onde cada cliente vai “se sentir viva” comprando produtos que trazem o verdadeiro NOVO, que acontece no momento em que você olha uma estampa e se sente conectada com sua própria cultura, suas próprias vivências artísticas, cinematográficas, gastronômicas, humorísticas…
Quando você se lembra do seu desenho favorito da infância, do meme que te alargou a alma e foi bálsamo para alguma dor, ou quando você não consegue se expressar, mas o desenho que encontra em nossos produtos traduz a fala que ficou no coração.
Saia do looping da escravidão da Moda! Busque produtos que tenham referência adjetiva sentimental pra você e não apenas validadade estética alheia!
Eu veja o presente parar de repetir passado
Saia desse museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para não, não, não, não, não para…


I KANT GOETHE NO SARTRE IS FASHION!
Por @helogomes
0 comentários