Sabe por que a Ariel é a princesa mais legal da Disney? Porque ela é a única que não é escolhida por um garoto. Pelo contrário: é ela quem se apaixona primeiro, é ela que escolhe seu próprio príncipe, ainda salva a vida do moço num naufrágio e, por fim, decide em que mundo quer viver.
Tá! A verdade é que o único estímulo que realmente nos comove é o infinito: o infinito de um momento, de um beijo, de uma palavra, de um olhar… E, o mais contraditório de todos: o infinito das possibilidades. Tenho cá pra mim que o que mais incomodava a Ariel não era o fato de não ser uma humana. Mas de não poder ser humana. Dá pra ver a diferença?
A gente é refém da liberdade. Ou, pelo menos, da idéia que a gente tem dela. Só que, na minha opinião, a liberdade não está associada à falta de regras, mas sim à abundância de (auto) conhecimento e, a partir daí, à escolha de caminhos.
Explico: se todo menino é pai do homem e, se toda menina é mãe de sua própria mulher (com licença, Machado), a gente pode concluir que as atitudes e intensidades das nossas escolhas da vida adulta tem raízes na matriz cultural lá na nossa infância.
Por isso que não adianta importar modelos de cultura de fora no Brasil? Adianta sim é plantar uma nova cultura no nosso pais, na nossa casa e, o mais difícil: no nosso cotidiano.
No dia que a gente tiver a cultura de jogar o papel no lixo certo, de não cortar um carro pelo acostamento ou de não parar na vaga de idoso por quinze minutinhos – não por ser certo ou errado (isso é relativo! Tá certo pra você que está com pressa, mas está errado para o outro em função da invasão não autorizada de um determinado espaço), mas por uma questão de caráter, talvez a gente mereça o pleonasmo da liberdade de ser livre e, enfim, caminhar com as próprias pernas.
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