No dia 13 de abril, último sábado, eu me tornei a senhora Heloisa Quintes Ducasble Gomes Bonatto. Acrescentei o sobrenome do, agora marido, ao meu.
Ele, por sua vez, se tornou Alexandre Ducasble Gomes, acrescentando o sobrenome de minha avó materna ao dele.
Achei vanguardista.
Por que? Bom, na arte, por exemplo, um movimento de vanguarda é aquele que desafia as normas estéticas e conceituais predominantes, buscando inovação e experimentação. Já na ciência, os pesquisadores de vanguarda estão na vanguarda do conhecimento, fazendo descobertas pioneiras e abrindo novos caminhos para a compreensão do mundo. Na política, os líderes de vanguarda são aqueles que propõem ideias progressistas e transformadoras, muitas vezes desafiando o status quo em busca de mudanças significativas.
E daí que, primeiramente, eu nem sabia que o homem podia adicionar o sobrenome da mulher (descobri no Twitter quando perguntei à opinião pública o que achavam dessa tradição patriarcal, foi unanimidade: o tédio da burocracia enfrentada e, claro, a injustiça de somente o sexo feminino “abandonar” um pedaço de si).
Em segundo lugar porque eu estava vestida de mim mesma para a ocasião.
E, por vestir-se de si mesma, uso o conceito do Prof. Dr. João Braga, no livro Reflexões da Moda III, que enfatiza a expressão pessoal através da moda e do estilo.
vestir-se de si mesma significa escolher roupas, acessórios e aparência que refletem quem você é verdadeiramente, em vez de seguir tendências ou expectativas externas.
Quando alguém se veste de si mesma, essa pessoa está sintonizado com sua identidade única, suas preferências individuais e sua personalidade. Isso pode envolver usar cores, padrões, tecidos e peças de vestuário que ressoam com sua essência, independentemente de estarem ou não em moda no momento.
Essa abordagem à moda é profundamente pessoal e libertadora, pois permite que cada indivíduo celebre sua singularidade e se sinta confortável em sua própria pele.
Vestir-se de si mesma é uma forma de autoexpressão poderosa, onde a moda se torna uma ferramenta para comunicar quem você é, sem palavras.
Vestir-se de si mesma é mais do que simplesmente escolher roupas; é uma afirmação de identidade, autoaceitação e autenticidade. É uma declaração de que cada indivíduo é único e digno de ser celebrado exatamente como é.
Meu irmão Rafael Gomes (físico pela USP e médico com especialização em Psiquiatria pela Unicamp) e minha mãe Lúcia Gomes (Mestre em Teologia e doutoranda em Bioética) disseram que eu parecia a Audrey Hepburn.
E eu entendo a referência:
Audrey recebeu o Oscar de melhor atriz em 1964 por seu papel em Roman Holiday usando um vestido Givenchy de renda branca e saia rodada
Sarah Giasseti– já falei dela por aqui, amiga querida que mora em uma eco-vila na Bahia e tem uma filha chamada Iris (do arco-íris) disse que tinha um quê de transgressão por conta da luva branca, Juliana Ali, jornalista de moda (foi editora da Revista Moda por 10 anos e também chefiou a galera da Revista Capricho por outros 5) por sua vez, identificou essa transgressão me comparando à Madonna (suspiros), por conta do clipe Like A Virgin e ainda me mostrou essa foto:
Não foi o objetivo – as referências vieram depois do look do dia usado, não antes de colocar na prática da vida uma escolha de vestuário, e confesso que gostei das narrativas estéticas das minhas amigas.
Para completar, claro, não podia faltar oncinha, que entrou no óculos gatinho dessa marca aqui : ele me acompanhou do caminho do cartório até o almoço.
obs: começou a tocar Lovefool, do The Cardigans, assim que sentamos no carro.
Foi o exato momento dessa foto:
Sr. e Sra. Ducasble Gomes Bonatto
Amanhã volto pra falar da escolha das flores no buquê. Reconhece alguma?
Beijocas com afeto
Sra. Helô
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