leggings capri: trend do momento

leggings capri: trend do momento

wellness trend: look do dia real

Calças justas de comprimento três quartos com um toque retrô – assim são as típicas leggings Capri. Se você ainda não consegue imaginar, pense em Audrey Hepburn, que tornou famosas as calças capri e leggings na década de 1950. A atriz e ícone do estilo usou as calças curtas pretas do filme “Sabrina” em 1954

Audrey Hepburn in Capri-Leggings mit Ballerinas im Film “Sabrina” (1954) Michael Ochs Archives // Getty Images

Depois do hype em torno das calças capri pretas na década de 1950, as leggings coloridas (também com comprimento três quartos) foram celebradas na década de 1980. Durante alguns anos houve silêncio sobre as calças retrô, até que elas se tornaram populares novamente no início dos anos 2000.

Ela vem ganhando cada vez mais fãs desde este verão – estrelas como Alexa Chung e Gigi e Bella Hadid.

Leggings Capri na passarela Versace, pré-outono de 2023 Salvatore Dragone / Gorunway.com

A Versace confirmou essa tendência quando trouxe um par de leggings estampadas para a passarela no desfile pré-outono de 2023.

A peça está atualmente saindo das passarelas para as ruas. Cada vez mais amantes da moda estão dando à sucessora das calças capri uma atualização moderna no outono, combinando as leggings retrô com uma jaqueta de couro, tênis e, principalmente camiseta.

.Foto: Getty Images

Como saber se preciso comprar algo?

Como saber se preciso comprar algo?

Freud VS Descartes

Para a psicanálise, o sujeito é também o sujeito do pensamento – inclusive e, principalmente, pelos pensamentos do inconsciente. Pois é, a grande descoberta de Freud é que o inconsciente é feito de pensamentos. Sim. Existe lógica nos sonhos. E, se existe lógica, pode existir um método. Com a metodologia descoberta, podemos mudar e melhorar comportamentos.

Essa herança da filosofia cartesiana (que significa pensar logicamente desconsiderando fake news obviamente) é o ideal do cientificismo da psicanálise. E antes de você achar que estou andando em voltas nesse texto, explico:

O que o seu sujeito “consumidor” tem a ver com Moda? Bom, absolutamente tudo. Porque tudo que está no seu desejo, no seu insconsciente, vai encontrar uma forma de se manifestar.

A metodologia adotada por Freud e por Descartes era bem parecida: na restituição de um sonho, quando muitas vezes o sujeito (eu, você) somos tomados pela dúvida, pautando o relato do sonho com esse mesmo aspecto de cogitação dubitativa; é essa dúvida que traz, propriamente falando, a certeza. Como diz Lacan lá no Seminário 11: “Lá, onde ele duvida…. é certo que um pensamento lá se encontra, o que quer dizer que ele se revela com o ausente”

Está na dúvida se vale a pena comprar algo ou não? Experimente um novo jeito: espere um dia (deixe-se nocautear Freud deixando seu adulto interior no controle dos desejos) e, depois, vença Descartes, passando o consumo pela razão, e se a compra acontece (sem caráter de julgamento) pelo filtro do simbolismo (pode ser utilitário, saciando um desejo de consumir determinada marca, pode ser por vaidade mesmo e está tudo bem.). Mas, como diz aquela canção Amor pra Recomeçar, do Frejat:

Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez
Quem é mesmo o dono de quem

Fiquem com Frejat ao vivo no Rock’n Rio:

eu to apaixonada pela moda colete

eu to apaixonada pela moda colete

“Sem esforço, chique fácil e muita moderação”, é como Veronica Swanson Beard e Veronica Miele Beard descreveram sua programação de primavera. “Acho que as pessoas estão reduzindo todos os aspectos de suas vidas”, disse Swanson Beard em uma prévia. “Estamos saindo daquele excesso pós-pandemia dos últimos dois anos.”

Mas esta perspectiva não implica austeridade nas Verónicas, mas sim simplicidade. A coleção não apresentava estampas, exceto algumas listras, e seus logotipos foram reduzidos a alguns brasões herdados do outono, bordados em camisas ou gravados em botões dourados. “A silhueta fala muito, o tecido fala muito”, disse Miele Beard. “A mulher fala muito com as roupas”, disse Swanson Beard.

E o que a gente viu de denominador em comum na passarela dela? COLETES! Em formato de camisaria, em formato de lazer, em formato de vestido, em formato de regata, uma belezoca só:

Fiquei com vontade de comprar um kkkkk

Conheça a história do colete:

A história da peça começa lá na Roma Antiga e sua estrutura nada tinha a ver com tricô ou algodão, mas com ferro! Na época, ele foi criado para proteger os romanos das duras batalhas durante os períodos de guerras e enfrentamentos.

Com os anos, o design e a estrutura foram adaptados ao dia a dia e voltaram a ganhar fama em outro contexto, agora mais urbano, vestindo apenas homens durante o período Barroco, no séc. XVII. O item era todo rebuscado, repleto de adornos dourados, florais, com brasões, bordados ou brocados, sempre acompanhado de camisas e casacos longos.

Depois, na Belle Époque, durante o séc. XIX, a estética do colete ganhou mais sobriedade (!!!) sim, kkk ai a masculinidade antes será que era menos frágil? Bom, aí a peça passou a compor trajes femininos, sempre combinados a paletós. Com o passar dos anos e as evoluções sociais, culturais e comportamentais, a peça sem gola e sem mangas voltou à cena fashion ali pelos anos 1960. Com novos tecidos, designs e texturas, o colete passou a vestir uma gama cada vez maior de pessoas.

semana de moda de Nova York

HELMUT LANG

“multi-disciplinary brand at the intersection of fashion, art, and design”

Se fala que vai colocar arte na peça de roupa já me interessa. Não existe moda sem antropologia, nao existe arte tem sociologia e, na minha concepção, não existe moda sem rima… com a vida real! Por mais dramática e teatral que venha ser a coleção de uma marca na passarela de moda.

Vamos falar de Helmut Lang?

ESTABELECIDA EM 1986, A MARCA (NASCIDA NA ÁUSTRIA) ESTÁ AGORA SEDIADA NA CIDADE DE NOVA IORQUE.

Helmut Lang opera como um coletivo de design interno construído sobre três pilares: utilidade, civilidade e desvio. VAMOS A ELES:

Utilitário

Um estado de ser útil, lucrativo ou benéfico; funcional, engenhoso, pragmático, direto, honesto.

Civilidade

Polidez formal e cortesia no comportamento e na fala. Sutil, generoso, paciente, atencioso, considerado.

Desvio

O fato ou estado de afastamento dos padrões usuais ou aceitos. Humor, crueza, desobediência; um apetite por fazer as coisas da maneira “errada”.

Utilidade, civilidade e desvio desafiam-se mutuamente enquanto operam numa relação de interdependência. Ao manter esse equilíbrio, Helmut Lang comunica design considerado por meio de coleções de edição limitada, colaborações artísticas criteriosas e publicidade de vanguarda. Desconstruindo e repensando tudo, desde uniformes, tradições de alfaiataria e itens básicos do dia a dia – Helmut Lang faz com que vestir as pessoas para o dia a dia seja uma proposta radical

Cada coleção explora as possibilidades do vestuário utilitário por meio de assinaturas do pronto-a-vestir, como jeans, camisas, blazers, calças e camisetas. O resultado é um uniforme para a classe criativa que é simultaneamente limpo e complexo; mínimo e épico.

ADORO MANGAS DOBRADAS e você nem precisa comprar nada pra usar depois do próximo banho.

Curiosidades sobre a cor rosa

história da moda

Na moda, a cor rosa teve como marco o uso nas roupas da famosa amante do rei Louis XV, a mais histórica e icônica Madame Pompadour e de Maria Antonieta. A partir desse momento, a pigmentação passou a fazer parte das cores da nobreza

POLÊMICA

Segundo a historiadora Valerie Steele o nascimento do rosa moderna começou no século XVIII. Nessa época, o rosa havia sido a cor escolhida pelas cortesãs (olha lá a Madame Pompadour – aliás, tenho uma dica maravilhosa de livro sobre ela, Cortesãs e Favoritas / Henri Kock o autor) incluindo a realeza e a aristocracia.

Talvez mesmo a grande influencer do rosa tenha sido Madame Pompadour. O motivo? Ela virou tela de inúmeras pinturas de pintor François Boucher – um pintor francês, talvez o maior artista decorativo do chamado setecento europeu. Embora tenha vivido num século dominado pelo Barroco, ia além desse estilo e identificava-se mais com o Rococó.

Às imagens:

E tem mais:

Pega o toque de blush, pintura de 1759:

Da corte dos anos 1980 o rosa foi ganhar força mesmo nos anos 1950:

MAIS POLÊMICA COM A HISTÓRIA DA COR ROSA:

PUNK E PROTESTO

Nos anos 1950, o rosa se afastou da sua posição de conformidade e assumiu um novo propósito: a resistência.

Paul Simonon, baixista da banda punk inglesa The Clash foi responsável pela famosa frase “O Rosa é a única cor verdadeira do Rock’n Roll”. Para sua apresentação no Glastonburry em 1999. Courtney Love – conhecida por seus vocais – trocou inesperadamente seu visual rebelde por uma fantasia rosa de balela e asas de fada.

Rosa também é a cor do ativismo feminista. A marca das mulheres de 2017 vou manifestantes saindo às ruas com o escrito “chapéus de buceta” na cor rosa.

Os chapéus eram uma resposta ao então presidente Donald Trump, que se vangloriava de “agarrar mulheres pela buceta”.

O ROSA é, acima de tudo, uma cor transgressora, que se transforma com o tempo e não se esquiva de parodiar seu próprio passado.

A verdade é que o rosa sempre faz uma declaração. Cabe ao narrador e interlocutor o diálogo.

PINK IS A STATE OF MIND

OH YEAH

Existe arte na moda?

Moda e artisticidade

Quando o estilista Issey Miyake apresenta, em 1963, em seu espetáculo “A Poem of Cloth and Stone”, a vestimenta como ‘criação visual’ e ‘ferramenta funcional’, re-introduz a questão: moda é arte? Muitos estilistas afirmam que sim, mas alguns insistem em dizer que não. Diante de tal polêmica, considera-se que talvez a resolução do problema passe por um deslocamento do ponto de vista, que deve pôr em relevo outra questão: existe na moda uma dimensão de artisticidade?

Por muito tempo, descartou-se a possibilidade de se pensar a moda como um campo artístico, devido ao argumento de que antes de tudo a moda é algo da ordem do funcional, servindo para cobrir o corpo. Ora, esta é uma objeção muito reducionista, pois já se demonstrou que o funcional também pode ser criativo e, porque não, artístico. Em Mode et Société (1992), Quentin Bell argumenta que muitos dos seus contemporâneos rejeitavam sua preocupação em pensar certos artigos da moda como arte, acionando um discurso pautado na funcionalida- em contraposição à pura contemplação.

(…) eu considerava que uma teoria verdadeiramente pertinente devia ser aplicável a todas as formas de artes visuais e não apenas a uma ou outra entre elas. Ela devia poder englobar não apenas a paisa- gem e o quadro de caráter narrativo, mas também os chapéus e os sapatos. Aos olhos dos meus amigos marxistas, eu estava errado. Os chapéus e os sapa tos, me diziam eles, não são obras de arte; e quando eu lhes dizia que uma criação de moda de Pisanello ou um saleiro de Cellini eram belos e obras de arte, assim como os bibelôs encontrados nas tumbas (…), eles retorquiam que estes eram exceções (…) (Bell, 1992, pp. 206-207).

Diretamente envolvidos nesta polêmica, outros estiistas opinaram sobre o estatuto do seu métier, como o fez Coco Chanel, ao afirmar que a moda não é uma arte, mas sim uma profissão como outra qualquer e que o fato da arte se servir da moda, já é uma glória para esta última. Para a estilista, um vestido não é nem uma tragédia, nem um quadro; é uma charmosa e efêmera criação, não uma obra de arte eterna, pois a moda deve morrer e morrer rápido, para que o comércio possa viver. Tributária ainda de uma ética cristã, outra linha de reflexão, pautada na distinção entre corpo e alma, estipula que a atenção voltada ao corpo é prejudicial à saúde da alma e considera toda atividade que se encontra relacionada à ornamentação, ao embelezamento, supérflua, menor, secundária.

O fato de reconhecer a especificidade da arte (que é ser “formatividade pura”) não nos autoriza a desconsiderar que existe uma dimensão de artisticidade nas atividades humanas em geral.

Assim, a figura do costureiro não tinha muito reconhecimento unânime, apesar de ser endeusada por alguns. Na prática, o que se observa é que, desde o final do século XIX, o costureiro ocupa um espaço cada vez mais importante. E sua importância só tende a crescer. A partir dos anos 70, com a proliferação do prêt-à-porter, o personagem criador-estrela é reforçado através da mídia, numa tentativa de recuperar certo ‘glamour’ em torno do universo da moda, que havia sido relativizado com a queda do poderio da Alta Costura (um grande chá de revelação social econômico fashion, diga-se de passagem).

Os jovens estilistas começam a investir numa moda- espetáculo, multimídia, transformando os desfiles em grandes e surpreendentes cenas. Criadores como Jean- Charles de Castelbajac, Thierry Mugler, Kenzo, Jean- Paul Gaultier, Claude Montana, entre outros, são encoajados a realizar pesquisas cada vez mais arrojadas.

Começa, assim, a produção de vestimentas cênicas, impossíveis de portar. Inserido neste movimento, o próprio Issey Miyake, que tudo começou, organiza exposições em grandes museus de arte contemporânea, conferindo a suas criações um estatuto de objeto de museu.

Nesta mesma direção, outros estilistas investem em criações de espaços que promovam uma certa sacralização da roupa, apresentando-a em instalações semelhantes àquelas utilizadas para a visualização de objetos de arte. “A moda dos criadores deve se merecer e, como obra de arte, fala apenas para um público iniciado!”, assinala Muller. Mas não apenas os estilistas vão se aproximar da arte. No Brasil, por exemplo, o artista Hélio Oiticica exibe, em 1965, seus parangolés na exposição Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, em 1967, na Galeria Signals, em Londres. Os parangolés eram capas que as pessoas podiam vestir, participando, assim, ativamente da obra, interagindo com ela. Inspirados pelo movimento concretista, tanto Hélio Oiticica quanto Ly-gia Clark e Roberto Lanari constroem objetos vestíveis.

Moda e arte se entrelaçam: artistas participam de desfiles e catálogos de moda, criadores de moda são convocados para manifestações de arte contemporânea… Os dois mercados, em total sinergia, nutrem-se reciprocamente. “(…) no meio do consenso mais geral, a lua de mel entre arte e moda é um fenômeno internacionalmente celebrado, comentado, cada um encontrando sua parcela na cerimônia, a moda ganhando ares de nobreza suplementares e a arte conquistando o estatuto de uma dinâmica efêmera” (Remaury, 1997, p.59). As instalações, cada vez mais presentes nas bienais, confirmam esta tendência.

Mas e a moda? É ela produção de obras de arte? Acreditamos que uma forma interessante de tentar responder a esta questão é adotar a perspectiva de Luigi Pareyson (1989, 1993) que reconhece a arte como uma atividade formativa. Dizer, pois, com Pareyson, que a arte é formatividade, é reconhecer que ela é invenção, sim, mas um tipo de inventividade que floresce no próprio ato de execução, no contato com a matéria prima, como assinalamos anteriormente. O artista produz, assim, concomitantemente, a obra e o seu próprio modo de produzir, ou seja, seu estilo. Nesse sentido, toda atividade em que se dá a produção do seu modo de produção deve ter reconhecida uma qualidade artística, uma artisticidade.


NOTAS

* Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Estéti- ca da Comunicação”, do XVII Encontro da Compós, na USP, São Paulo, SP, em junho de 2008.

REFERÊNCIAS

BELL, Quentin. Mode et Société: essai sur la sociologie du vêtement. 2a ed. Trad. Isabelle Bour. Paris: Presses Universitaires de France, 1992.

CELANT, Germano. Cortar é pensar: arte & moda In: PRADILHA, Céron; REIS, Paulo. Kant: crítica e estética na modernidade. São Paulo: Editora Senac SP, 1999.

CIDREIRA, Renata Pitombo. Os Sentidos da Moda. São Paulo: Annablume, 2005.

DEWEY, John. A Arte como experiência In: Os Pensado- res. Trad. Murilo Leme. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1974.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Pequenas crises: experiên- cia estética nos mundos cotidianos In: GUIMARÃES, César; LEAL, Bruno e MENDONÇA, Carlos (Organi- zação). Comunicação e esperiência estética. Belo Hori- zonte: Editora da UFMG, 2006.

ISSEY MIY AKE MAKING THINGS. Paris: Fondation Cartier pour l’art contemporaine, 1999.

LIPOVETSKY, Gilles e ROUX, Elyette. O Luxo Eterno: da idade do sagrado ao tempo das marcas. Trad. Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

MESQUITA, Christiane. A liquidação do estilo ou o luxo de gaguejar na própria língua In: KATHIA, Castilho e VILLACA, Nízia (Organizacao). O Novo Luxo. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2006.

PALOMINO, Érika. Babado forte: moda, música e noite na virada do século 21. São Paulo: Mandarim, 1999.

REMAURY, Bruno. Art a la mode In: ART PRESS. Art et Mode: attirance et divergence. Hors Série. Paris. N° 18, 1997.

RIBETTES, Jean-Michel. Issey Miyake: L’incarnation et le triomphe du présent In: ART PRESS. Art et Mode: attirance et divergence. Hors Série. Paris. N° 18, 1997.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. Trad. Maria Helena Nery Garcez. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

PAREYSON, Luigi. Estética: Teoria da Formatividade. Trad. Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, Rio de Ja- neiro: Vozes, 1993.

VALVERDE, Monclar (Organização). As formas do senti- do. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

______. Estética da comunicação. Salvador, Quarteto. 2007.

Carrinho0
Não há produtos no carrinho!
0
Abrir bate-papo
Comprar pelo WhatsApp
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?