Mona Lisa de Leonardo da Vinci: análise e explicação do quadro

Mona Lisa de Leonardo da Vinci: análise e explicação do quadro

Mona Lisa é um óleo sobre madeira pintado pelo renascentista italiano Leonardo da Vinci entre os anos 1503 e 1506.

Apesar das suas dimensões reduzidas (77cm x 53cm), esta obra que representa uma mulher misteriosa se tornou, ao longo dos séculos, o retrato mais famoso da História da Arte ocidental.

Mona Lisa

Para compreendermos o título, importa sabermos que Mona deve ser entendido como a contração de “Madona”, o equivalente italiano de “Senhora” ou “Madame” Lisa.

A obra também é conhecida como A Gioconda, que pode significar “mulher alegre” ou “a esposa de Giocondo”. Isso porque a teoria mais aceita é a de que a mulher retratada seja Lisa del Giocondo, personalidade ilustre na época.

A obra mais icônica de Da Vinci se encontra exposta no Museu do Louvre, em Paris. É uma das mais preciosas de toda a história da arte, tendo um valor quase incalculável. De qualquer forma, em 2014, estudiosos avaliaram a tela em cerca de 2,5 bilhões de dólares.

Análise dos elementos principais do quadro

Um dos aspectos que se destaca é o equilíbrio entre o humano e o natural, expresso, por exemplo, pela forma como a ondulação dos cabelos parece se misturar à paisagem. A harmonia entre os elementos é simbolizada pelo sorriso de Mona Lisa.

Quanto às técnicas utilizadas, se destaca a do sfumato. Segundo Giorgio Vasari (1511-1574, pintor, arquiteto e biógrafo de vários artistas do Renascimento), esta técnica foi criada anteriormente, mas foi Da Vinci quem a aperfeiçoou.

Esta consiste em criar gradações de luz e sombra que diluem as linhas dos contornos do horizonte. O seu uso nesta obra cria a ilusão de que a paisagem se vai afastando do retrato, conferindo profundidade à composição.

Sorriso de Mona Lisa

sorriso ambíguo de Mona Lisa é, sem dúvida, o elemento do quadro que mais chama a atenção de quem o observa. Potenciou diversas leituras e teorias, inspirando textos, músicas, filmes, entre outros.

sorriso

Vários estudos foram realizados para identificar o sentimento por trás do seu sorriso, alguns utilizaram sistemas de computador que reconhecem emoções humanas por meio de fotografias.

Embora surjam outros resultados como medo, angústia ou incômodo, a maior percentagem (86%) dos traços, visíveis nas rugas de expressão em torno dos olhos e na curva dos lábios parecem indicar felicidade. De qualquer forma, o mistério do sorriso de Mona Lisa permanece.

Olhos

Contrastando com a imprecisão do seu sorriso, o olhar da mulher exibe uma expressão carregada de intensidade. A obra produz um efeito de ótica que resulta na impressão de que os olhos inquisitivos e penetrantes de Mona Lisa nos seguem, de todos os ângulos.

olhos

Postura corporal

A mulher está sentada, com o braço esquerdo encostado no apoio da cadeira e mão direita pousada sobre a esquerda. Sua postura parece combinar algum conforto com solenidade e formalidade, deixando evidente que posa para o retrato.

corpo

Enquadramento

A pintura apresenta uma mulher sentada, mostrando apenas a parte superior do seu corpo. Ao fundo, uma paisagem que mistura a natureza (as águas, as montanhas) e a ação humana (os caminhos).

O corpo da modelo surge numa estrutura piramidal: na base estão as suas mãos, no vértice superior o seu rosto.

mona lisa

Paisagem

No plano de fundo está uma paisagem imaginária, composta por montanhas com gelo, águas e caminhos feitos pelo Homem. Aquilo que mais se destaca é o fato de ser desigual, mais baixa do lado esquerdo e mais alta do lado direito.

Quem foi Mona Lisa?

Embora o seu rosto seja um dos mais reconhecidos da história ocidental, a verdade é que a identidade da modelo que posou para Leonardo Da Vinci continua sendo um dos maiores mistérios em torno da obra.

O tema tem suscitado muita especulação e debate. Ainda que várias teorias tenham surgido, três parecem ser as que adquiriram mais relevância e credibilidade.

Hipótese 1: Lisa del Giocondo

A teoria mais provável e suportada por Giorgio Vasari e outras evidências é a de que se trata de Lisa del Giocondo, esposa de Francesco del Giocondo, figura importante da sociedade de Florença.

Alguns estudiosos determinaram que existem documentos que referem que Leonardo estava pintando um quadro dela, o que parece contribuir para a veracidade da teoria.

Outro fator a ter em conta é que se acredita que a mulher teria sido mãe pouco tempo antes e o quadro teria sido encomendado pelo marido para comemorar o momento.

Investigações que analisaram as várias camadas de tinta na obra parecem indicar que, nas primeiras versões, Mona Lisa estaria com um véu nos cabelos que era usado pelas mulheres grávidas ou que tinham parido recentemente.

Hipótese 2: Isabel de Aragão

Outra possibilidade que vem sido apontada é a de ser Isabel de Aragão, a Duquesa de Milão, ao serviço de quem o pintor trabalhou. Alguns estudos apontam que o tom verde escuro e o padrão das suas vestes são indícios da sua pertença à casa de Visconti-Sforza.

Uma comparação da modelo de Mona Lisa com retratos da duquesa revela que existem semelhanças evidentes entre ambas.

Hipótese 3: Leonardo Da Vinci

A terceira suposição amplamente debatida é a de que a figura representada no quadro é, na verdade, Leonardo Da Vinci vestindo roupas femininas.

Alguns acreditam que isso explica o motivo pelo qual a paisagem de fundo é mais alta do lado direito (associado ao gênero feminino) do que do esquerdo (associado ao gênero masculino).

Esta hipótese vem sido apontada com base nas semelhanças entre a modelo de Mona Lisa e os autorretratos que Da Vinci pintou. Pode ser argumentado, no entanto, que a similaridade resulta do fato de terem sido pintados pelo mesmo artista, que utilizou as mesmas técnicas e o mesmo estilo.

História do quadro

Os registros são de que o quadro começou a ser pintado em 1503 e foi levado pelo artista para França três anos depois (juntamente com A Virgem e o Menino com Santa Ana e São João Batista). A obra foi transportada no momento em que começou a trabalhar ao serviço do rei Francisco I.

Mona Lisa foi comprado pelo monarca e ficou exposto primeiro em Fointainebleau e depois em Versailles. Durante algum tempo, a obra esteve desaparecida, tendo sido escondida durante o império de Napoleão, que queria ficar com ela. Depois da Revolução Francesa, passou a estar exposta no Museu do Louvre.

A obra alcançou a popularidade junto do público geral em 1911, depois de ter sido anunciado o seu roubo. O autor do crime foi Vincenzo Peruggia, que pretendia levar Mona Lisa de volta para Itália.

Releituras de Mona Lisa na arte e na cultura

Nos dias de hoje, Mona Lisa se tornou uma das obras de arte mais populares de todo o mundo, sendo facilmente reconhecida até por aqueles que não conhecem ou apreciam pintura.

Seu impacto na História da Arte foi incomensurável, influenciando largamente os retratos pintados depois de Leonardo.

Muitos artistas têm recriado, no seu trabalho, o quadro de Da Vinci:

aqui no Coletivo Lírico temos em versão moletom:

E também versão camiseta da Monalisa das Olimpíadas 2024 em Paris – que começam logo mais, dia 26 de julho!

Marcel Duchamp, L.H,O,O,Q (1919)
Marcel Duchamp, L.H,O,O,Q (1919)

Além das artes visuais, Mona Lisa se impregnou na própria cultura ocidental.

A imagem está presente na literatura (Código Da Vinci, de Dan Brown), no cinema (Sorriso de Mona Lisa), na música (Nat King Cole, Jorge Vercillo), na moda, no graffiti, etc. A mulher que sorri misteriosamente alcançou o estatuto de figura icônica e até pop.

Curiosidades sobre a obra

Segredo do sorriso de Mona Lisa

Alguns relatos sobre a execução da obra dizem que Leonardo da Vinci teria contratado músicos que ficavam tocando para animar a modelo, fazendo com que ela sorrisse.

As cores do quadro mudaram

A paleta de cores usada é sóbria, com predominância do amarelo, marrom e verde-escuro. Mas vale destacar que atualmente as cores da obra são diferentes daquelas que Leonardo pintou.

O tempo e o verniz utilizado conferiram à pintura os tons verdes e amarelos que hoje vemos.

Alvo de vandalismo

O famoso quadro de Da Vinci tem sido alvo de vários atos de vandalismo, que pretendem ser encarados como críticas ao sistema social, político e artístico. Assim, Mona Lisa já passou por diversas restaurações.

Mona Lisa não tem sobrancelhas

Um outro fato curioso sobre a obra é o da modelo representada não ter sobrancelhas. No entanto, a explicação é simples: durante o século XVIII, era comum que as mulheres raspassem as sobrancelhas, pois a Igreja Católica acreditava que os pelos das mulheres eram sinônimo de luxúria.

Aliás, assim como Mona Lisa, são frequentes as obras da mesma época que retratam mulheres de sobrancelhas raspadas.

E como exemplo disso temos outras obras do próprio Leonardo. É o caso do Retrato de Ginevra de’ Benci, um dos únicos quatro retratos pintados pelo artista que incluem também a Mona Lisa, a Dama com Arminho e La Belle Ferronière.

Leonardo da Vinci e o Renascimento

Nascido a 15 de abril de 1452 em Florença, Leonardo de Ser Piero da Vinci foi um dos maiores gênios do mundo ocidental. O seu trabalho se estendeu pelas mais diversas áreas do conhecimento: pintura, escultura, arquitetura, matemática, ciência, anatomia, música, poesia e botânica.

O seu nome entrou para a História da arte e da cultura sobretudo devido às obras que pintou, do qual se destacam Última Ceia (1495) e Mona Lisa (1503).

Leonardo da Vinci se tornou um dos expoentes máximos do Renascimento, movimento artístico e cultural que promovia uma redescoberta do mundo e do Homem, priorizando o humano em detrimento do divino. Morreu em 2 de maio de 1519, na França, ficando para sempre marcado como um dos maiores gênios da Humanidade.

Se quiser conhecer ainda melhor o gênio do artista italiano, veja as obras importantes de Leonardo da Vinci.

Via Universo Curioso

As sobras da Moda em mim

As sobras da Moda em mim

Quando fui vítima de um episódio de violência de gênero, em setembro de 2019, minha vaidade foi para o ralo. 

Nunca mais quis saber de usar salto alto, passar maquiagem, batom, me arrumar mesmo, sabe como? 

Na psicanálise entendi que esse movimento aconteceu porque eu não queria mais chamar a atenção do olhar masculino sobre mim. E faz todo sentido: se eu for invisível, nunca mais sofreria qualquer tipo de agressão. 

A psicanálise pode oferecer diversas interpretações para o comportamento de não gostar de se arrumar para não chamar atenção. Aqui estão algumas possíveis abordagens psicanalíticas para entender esse comportamento:

  1. Defesa contra a ansiedade social: Não gostar de chamar a atenção pode ser uma forma de evitar a ansiedade social. Para algumas pessoas, a ideia de chamar a atenção pode desencadear sentimentos de ansiedade, vergonha ou desconforto. Não se arrumar pode ser uma maneira de evitar esses sentimentos.
  2. Medo do julgamento: Algumas pessoas podem evitar chamar a atenção porque têm medo do julgamento dos outros. Elas podem se preocupar com o que os outros vão pensar delas e, portanto, optam por não se arrumar para evitar possíveis críticas ou rejeição.
  3. Autoimagem negativa: Pessoas com baixa autoestima ou uma autoimagem negativa podem evitar chamar a atenção para si mesmas, pois não se sentem confortáveis com a ideia de serem o centro das atenções. Elas podem achar que não merecem a atenção dos outros ou que não são dignas de serem notadas.
  4. Repressão da sexualidade: Em alguns casos, não gostar de chamar a atenção pode estar relacionado à repressão da sexualidade. A pessoa pode ter medo de despertar desejo nos outros ou de ser vista como sexualmente atraente, e por isso evita se arrumar e chamar a atenção para si mesma.

A “beleza na moda” refere-se à estética e à expressão visual presentes na indústria da moda. Isso inclui o design de roupas, acessórios, maquiagem, penteados e até mesmo a postura e a atitude dos modelos. A beleza na moda muitas vezes reflete as tendências culturais, sociais e estéticas de uma época específica.

A moda desempenha um papel importante na definição e na expressão da beleza. Ela permite que as pessoas expressem sua individualidade, criatividade e estilo pessoal. A beleza na moda não se limita apenas ao aspecto físico, mas também inclui elementos como confiança, autoexpressão e originalidade.

Foram cerca de 4 anos nessa ausência de tempero estético: vivia de tênis, roupa de academia (normalmente macaquinho do triatlhon), maiô e rasteiras no pé, estilo Birkenstock. 

Acredito que passei rímel umas duas vezes durante esse período. Corretivo e pó? Nem pensar: o máximo era um protetor solar com cor. As unhas também, desencanei de fazer. Foi como se todo o livro O Mito da Beleza – que aliás, indico a leitura, tomasse vida através das minhas não-escolhas fashion. 

E isso logo comigo! Eu que vivia de e para a moda… 

Depois do dia do meu casamento civil – fiz até maquiagem profissional no dia, algo soprou dentro do meu espírito e me fez relembrar como era me produzir para um evento especial. 

Claro, não senti desejo de ficar de salto alto o dia inteiro andando pra cima e para baixo como fazia, por exemplo, nos meus tempos de vendedora da Daslu, mas coloquei um micro salto para sair para jantar com o maridão e tomar um vinho. Ele até estranhou, perguntou se eu estava verdadeiramente confortável, e eu disse que sim. Que era daquele jeito que queria me apresentar ao mundo. 

Me auto flagrei lendo revistas de moda e, apesar de considerar alguns tipos de conteúdo extremamente patéticos, me deu vontade de voltar a estar inserida nesse modelo de capitalismo, o consumo do novo – que, afinal, é o que gira a engrenagem da Moda. 

Quem sabe eu não consigo achar divertida novamente uma volta no shopping? 

Alguma de vocês já passou por isso? Essa inércia estética? Vontade de ficar o dia inteiro de pijama e se sentir absolutamente confortável assim? 

Se puder me contar aqui, agradeço. 

Sinto que essa chave pode vir a mudar em mim muito em breve. Será que consigo voltar a falar de bolsa e sapato depois de tanta dor?

À saber… 

Beijocas com afeto

Sra. Helô 

Casei! Trago fotos e pensamentos ;)

Casei! Trago fotos e pensamentos ;)

No dia 13 de abril, último sábado, eu me tornei a senhora Heloisa Quintes Ducasble Gomes Bonatto. Acrescentei o sobrenome do, agora marido, ao meu. 

Ele, por sua vez, se tornou Alexandre Ducasble Gomes, acrescentando o sobrenome de minha avó materna ao dele. 

Achei vanguardista. 

Por que? Bom, na arte, por exemplo, um movimento de vanguarda é aquele que desafia as normas estéticas e conceituais predominantes, buscando inovação e experimentação. Já na ciência, os pesquisadores de vanguarda estão na vanguarda do conhecimento, fazendo descobertas pioneiras e abrindo novos caminhos para a compreensão do mundo. Na política, os líderes de vanguarda são aqueles que propõem ideias progressistas e transformadoras, muitas vezes desafiando o status quo em busca de mudanças significativas.

E daí que, primeiramente, eu nem sabia que o homem podia adicionar o sobrenome da mulher (descobri no Twitter quando perguntei à opinião pública o que achavam dessa tradição patriarcal, foi unanimidade: o tédio da burocracia enfrentada e, claro, a injustiça de somente o sexo feminino “abandonar” um pedaço de si). 

Em segundo lugar porque eu estava vestida de mim mesma para a ocasião. 

E, por vestir-se de si mesma, uso o conceito do Prof. Dr. João Braga, no livro Reflexões da Moda III, que enfatiza a expressão pessoal através da moda e do estilo. 

vestir-se de si mesma significa escolher roupas, acessórios e aparência que refletem quem você é verdadeiramente, em vez de seguir tendências ou expectativas externas.

Quando alguém se veste de si mesma, essa pessoa está sintonizado com sua identidade única, suas preferências individuais e sua personalidade. Isso pode envolver usar cores, padrões, tecidos e peças de vestuário que ressoam com sua essência, independentemente de estarem ou não em moda no momento.

Essa abordagem à moda é profundamente pessoal e libertadora, pois permite que cada indivíduo celebre sua singularidade e se sinta confortável em sua própria pele. 

Vestir-se de si mesma é uma forma de autoexpressão poderosa, onde a moda se torna uma ferramenta para comunicar quem você é, sem palavras.

Vestir-se de si mesma é mais do que simplesmente escolher roupas; é uma afirmação de identidade, autoaceitação e autenticidade. É uma declaração de que cada indivíduo é único e digno de ser celebrado exatamente como é.

Meu irmão Rafael Gomes (físico pela USP e médico com especialização em Psiquiatria pela Unicamp) e minha mãe Lúcia Gomes (Mestre em Teologia e doutoranda em Bioética) disseram que eu parecia a Audrey Hepburn. 

E eu entendo a referência: 

Audrey recebeu o Oscar de melhor atriz em 1964 por seu papel em Roman Holiday usando um vestido Givenchy de renda branca e saia rodada

Sarah Giasseti– já falei dela por aqui, amiga querida que mora em uma eco-vila na Bahia e tem uma filha chamada Iris (do arco-íris) disse que tinha um quê de transgressão por conta da luva branca, Juliana Ali, jornalista de moda (foi editora da Revista Moda por 10 anos e também chefiou a galera da Revista Capricho por outros 5) por sua vez, identificou essa transgressão me comparando à Madonna (suspiros), por conta do clipe Like A Virgin e ainda me mostrou essa foto: 

Não foi o objetivo – as referências vieram depois do look do dia usado, não antes de colocar na prática da vida uma escolha de vestuário, e confesso que gostei das narrativas estéticas das minhas amigas. 

Para completar, claro, não podia faltar oncinha, que entrou no óculos gatinho dessa marca aqui : ele me acompanhou do caminho do cartório até o almoço. 

obs: começou a tocar Lovefool, do The Cardigans, assim que sentamos no carro. 

Foi o exato momento dessa foto: 

Sr. e Sra. Ducasble Gomes Bonatto 

Amanhã volto pra falar da escolha das flores no buquê. Reconhece alguma? 

Beijocas com afeto

Sra. Helô 

Heloisa Gomes, casamento
Identidade exposta na pele

Identidade exposta na pele

Um padrão único de manchas pelo corpo? Engana-se você, cara leitora. 

As chamadas rosetas, registradas em fotos mil Internet adentro mundo fora, formam padrões diferentes dependendo da onça-pintada (nome científico Panthera Onca). 

A verdade é que não se sabe quantas onças-pintadas vivem livres nas florestas do Estado de São Paulo. 

Devem ser poucas porque a caça, a escassez de hábitats e de presas e a morte por atropelamento reduzem continuamente as populações dos maiores carnívoros terrestres da América do Sul. 

Guia das onças-pintadas do estado de São Paulo, lançado do final de novembro, retratou 51 delas. 

E o que isso tem a ver com seu lookinho animal print? 

Tudo, se você é daquelas que gosta que sua roupa tenha signficiado. 

Vejamos os 3 padrões que mais apareceram no Guia: 

ONÇA MÁSCARA: 

Para quem é do time do maximalismo: estampas sem muito padrão, espaçadas e próximas, com pinta dentro do contorno ou não, olha só: 

ONÇA JUÇARA: 

Se assemelham a borboletas! Normalmente com “pintinhas” dentro do contorno do desenho. Para quem quer um visual mais boho chic, sem muita “ordenação”, ou, digamos, padrão: cada desenho tem um formato, afinal, você já viu uma borboleta idêntica a outra? 

ONÇA ESCURO: 

Com manchas espaçadas entre si, para quem gosta de um visual mais clean – afinal, você pode usar um animal print e ficar minimalista 

No Brasil, as onças pintadas já desapareceram do pampa, na região Sul, e de 96% dos fragmentos da Mata Atlântica com menos de 100 quilômetros quadrados. A maioria (80%) das onças vive na Amazônia, embora a densidade populacional seja maior no pantanal. 

E aí, qual sua favorita? 

Beijocas com animal print

Helô

Como você trata a sua pele?

Como você trata a sua pele?

comunicação e o diálogo são dois dos valores básicos da Humanidade desde os primórdios da civilização. 

Pode parecer que não há nada de particularmente moderno nessas atividades, mas pelo simples fato de que a modernidade – justamente por assim sê-la – está em constante evolução, logo, não existe nenhum tipo de comunicação puramente estática, que não vê nunca mudanças. Um exemplo de modernismo que todos têm contato diariamente, por exemplo, é a Moda. 

Este fenômeno que sempre se renova, se recria, se transforma e que, hoje, renega o sistema que regulamentava o método da periodicidade criativa de coleções: que antes se chamava primavera-verão / outono-inverno, ganha novo termo: coleção cápsula, fast fashion e, claro, o slow fashion

O objetivo? Minimizar riscos e os custos de cada uma dessa coleção, otimizar a gestão do processo criativo e tornar cada vez mais flexível a cadeia produtiva. 

“uma sociedade líquida e instável na qual o indivíduo deve consumir para se afirmar”

Bauman, 2008, Consumo, dunque sono, ED. Laterza, Roma

Moda significa evolução e evolução é parte intrínseca de mudança. Isso acontece porque nos comunicamos ao nos vestir. Mesmo um look de calça jeans com lavagem clara e uma camiseta branca também passa um recado. Até as escolhas que nos excluem da moda, de certa forma, nos inserem nela. 

Por isso, escolha com sabedoria. 

Escolha algo que te representa mais do que te apresente ao mundo. Afinal, no fundo mesmo, o mundo não liga para como você se veste, mas a sua pele sim. 

Tenha um bom dia. Tenha um bom look, aquele que você se olha no espelho e pensa: “Uau! Como estou linda” e, ao mesmo tempo, enquanto você se mexe, você sinta “Uau! Como estou confortável”

Look do dia que agrada a pele mais que o olhar! Pense sobre isso

Dostoiévski e seu look do dia

Dostoiévski e seu look do dia

Se encaramos o modernismo como um empreendimento cujo objetivo é fazer que nos sintamos em casa em um mundo constantemente em mudança, nos damos conta de que nenhuma modalidade de modernismo jamais poderá ser definitiva. 

É o que sugere o Homem do Subterrâneo (1864 ) de Dostoiévski em seu infindável diálogo interior: 

Julgam, porventura, meus senhores, que estou dizendo desatinos? Deem-me licença para que me justifique. Concordo que é um homem animal, geralmente criador, que tem a obrigação de perseguir um objetivo com plena consciência e fazer trabalho de engenheiro, quer dizer, abrir caminho eternamente sem cessar seja em que direção for. 

[…] Que o homem tem tendência para construir e traçar caminhos é indiscutível. Mas […] não será possível […] que sinta um terror instintivo de chegar ao fim da obra e acabar o edifício? Não poderá suceder que goste só de ver o edifício de longe, e não de perto; que apenas lhe agrade construí-lo, mas não habitá-lo? 

O mesmo não lhe parece quando você escolhe peças cuja textura machuca sua pele? Lantejoulas, canutilhos, poliéster que não deixam a pele respirar, saltos altíssimos que deixam os dedos em câimbra… Roupas que no manequim parecem perfeitas, mas na pele da vida mais que real, fazem as vezes de objetos torturantes?

Se alguém nunca lhe disse isso antes, digo eu. Escute-me: ninguém se importa com você. E se a pessoa se importa, o problema é só dela. Você não acordou neste belo dia chamado hoje para agradar o olhar alheio. Você acordou para ser feliz. 

Por isso, te pergunto: vale a estética? Vale a suposta “aprovação” do olhar terceiro sendo que seus próprios órgãos estão ao prantos urgindo por conforto e bem estar? Estar desconfortável é o oposto de ser chique. 

A moda hoje nos oferece uma abundância de possibilidades para todos os estilos, tamanhos e biotipos. Das heranças da loja online: você não precisa nem passar por vendedoras para adquirir um look que represente quem você é: no visual e na essência.

A potência da vontade de viver memórias, quando o assunto é moda, certamente é mais importante do que se você ficou bonita na foto. Menos pose, mais paz. 

O balanço, Jean-Honoré Fragonard (1767)

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