Realmente, o patriarcado é muito sofisticado e anda de mãos dadas com o Capitalismo, como diz @sarahgia7
Eu sou fã de Platão, a história do mito da Caverna e da gente ter que se libertar de grilhões para descobrirmos nossa verdadeira luz e essência, e também tem aquela história da origem do amor, de que na verdade somos duas cabeças, dois corpos, quatro pernas… No parto somos divididos e passamos o resto da vida a procurar nossa outra metade… Tudo muito lindo.
Porém, lendo um artigo científico esses dias sobre o útero, me deparei com um trecho absolutamente chocante do filósofo grego que me deixou boquiaberta! Segue para deleite (ou não) do seu espírito:
Uma análise complexa e interessante das relações entre corpo e gênero em Portugal pode ser vista no trabalho de Teresa Joaquim (1997). A autora parte da maneira como o pensamento grego sobre a natureza feminina influenciou a percepção sobre a mulher como um ser diferente, inferior e marcado pela negatividade de sua natureza. Citando Platão:
Nas mulheres […] o que se chama matriz ou útero é um animal que vive nelas com o desejo de procriar. Quando ele fica muito tempo estéril depois do período da puberdade, ele tem dificuldade em suportar isso, indigna-se, erra por todo o corpo, bloqueia os canais do sopro, impede a respiração, causa um grande incómodo e origina doenças de todas espécie, até que, o desejo e o amor unindo dois sexos, eles possam colher um fruto, como numa árvore, e semear na matriz, como num sulco, animais invisíveis pela sua pequenez e ainda informes, em seguida, diferenciando as suas partes, alimentá-los no interior, fazê-los crescer, depois, dando-os à luz, acabar a geração dos animais. Tal é a origem das mulheres e de todo o sexo feminino. (Timeu, 90b- -92b, ed 1969: 467-8 apud Joaquim 1997:71).10
Tem mais: ao analisar os discursos e representações sobre corpo e a diferença sexual “dos gregos a Freud”, Thomas La- queur (2001 [1992]) propõe a tese de que, até o renascimento, o que prevalecia era um modelo “do sexo único”, no qual o “homem” era a medida de todas as coisas, a definição de corpo humano e de perfeição. Nesse modelo, o que hoje entendemos como órgãos sexuais femininos (vagina, ovários, útero) apareciam com uma representação invertida (e “entranhada”, interiorizada) dos “órgãos sexuais masculinos”, uma versão inferior e menos perfeita do corpo “humano”.
Olha só:
Figura 1: Reprodução de página do livro “Inventando o sexo”, no qual Thomas Laqueur reproduz algumas ilustrações do século XVI feitas sobre o “útero”, “vagina” e demais órgãos (Laqueur 1991: 113).
Pois é, parece que existe mais entre o ciclo menstrual e o ciclo econômico do que imagina nossa vã filosofia…
Mona Lisa é um óleo sobre madeira pintado pelo renascentista italiano Leonardo da Vinci entre os anos 1503 e 1506.
Apesar das suas dimensões reduzidas (77cm x 53cm), esta obra que representa uma mulher misteriosa se tornou, ao longo dos séculos, o retrato mais famoso da História da Arte ocidental.
Para compreendermos o título, importa sabermos que Mona deve ser entendido como a contração de “Madona”, o equivalente italiano de “Senhora” ou “Madame” Lisa.
A obra também é conhecida como A Gioconda, que pode significar “mulher alegre” ou “a esposa de Giocondo”. Isso porque a teoria mais aceita é a de que a mulher retratada seja Lisa del Giocondo, personalidade ilustre na época.
A obra mais icônica de Da Vinci se encontra exposta no Museu do Louvre, em Paris. É uma das mais preciosas de toda a história da arte, tendo um valor quase incalculável. De qualquer forma, em 2014, estudiosos avaliaram a tela em cerca de 2,5 bilhões de dólares.
Análise dos elementos principais do quadro
Um dos aspectos que se destaca é o equilíbrio entre o humano e o natural, expresso, por exemplo, pela forma como a ondulação dos cabelos parece se misturar à paisagem. A harmonia entre os elementos é simbolizada pelo sorriso de Mona Lisa.
Quanto às técnicas utilizadas, se destaca a do sfumato. Segundo Giorgio Vasari (1511-1574, pintor, arquiteto e biógrafo de vários artistas do Renascimento), esta técnica foi criada anteriormente, mas foi Da Vinci quem a aperfeiçoou.
Esta consiste em criar gradações de luz e sombra que diluem as linhas dos contornos do horizonte. O seu uso nesta obra cria a ilusão de que a paisagem se vai afastando do retrato, conferindo profundidade à composição.
Sorriso de Mona Lisa
O sorrisoambíguo de Mona Lisa é, sem dúvida, o elemento do quadro que mais chama a atenção de quem o observa. Potenciou diversas leituras e teorias, inspirando textos, músicas, filmes, entre outros.
Vários estudos foram realizados para identificar o sentimento por trás do seu sorriso, alguns utilizaram sistemas de computador que reconhecem emoções humanas por meio de fotografias.
Embora surjam outros resultados como medo, angústia ou incômodo, a maior percentagem (86%) dos traços, visíveis nas rugas de expressão em torno dos olhos e na curva dos lábios parecem indicar felicidade. De qualquer forma, o mistério do sorriso de Mona Lisa permanece.
Olhos
Contrastando com a imprecisão do seu sorriso, o olhar da mulher exibe uma expressão carregada de intensidade. A obra produz um efeito de ótica que resulta na impressão de que os olhos inquisitivos e penetrantes de Mona Lisa nos seguem, de todos os ângulos.
Postura corporal
A mulher está sentada, com o braço esquerdo encostado no apoio da cadeira e mão direita pousada sobre a esquerda. Sua postura parece combinar algum conforto com solenidade e formalidade, deixando evidente que posa para o retrato.
Enquadramento
A pintura apresenta uma mulher sentada, mostrando apenas a parte superior do seu corpo. Ao fundo, uma paisagem que mistura a natureza (as águas, as montanhas) e a ação humana (os caminhos).
O corpo da modelo surge numa estrutura piramidal: na base estão as suas mãos, no vértice superior o seu rosto.
Paisagem
No plano de fundo está uma paisagem imaginária, composta por montanhas com gelo, águas e caminhos feitos pelo Homem. Aquilo que mais se destaca é o fato de ser desigual, mais baixa do lado esquerdo e mais alta do lado direito.
Quem foi Mona Lisa?
Embora o seu rosto seja um dos mais reconhecidos da história ocidental, a verdade é que a identidade da modelo que posou para Leonardo Da Vinci continua sendo um dos maiores mistérios em torno da obra.
O tema tem suscitado muita especulação e debate. Ainda que várias teorias tenham surgido, três parecem ser as que adquiriram mais relevância e credibilidade.
Hipótese 1: Lisa del Giocondo
A teoria mais provável e suportada por Giorgio Vasari e outras evidências é a de que se trata de Lisa del Giocondo, esposa de Francesco del Giocondo, figura importante da sociedade de Florença.
Alguns estudiosos determinaram que existem documentos que referem que Leonardo estava pintando um quadro dela, o que parece contribuir para a veracidade da teoria.
Outro fator a ter em conta é que se acredita que a mulher teria sido mãe pouco tempo antes e o quadro teria sido encomendado pelo marido para comemorar o momento.
Investigações que analisaram as várias camadas de tinta na obra parecem indicar que, nas primeiras versões, Mona Lisa estaria com um véu nos cabelos que era usado pelas mulheres grávidas ou que tinham parido recentemente.
Hipótese 2: Isabel de Aragão
Outra possibilidade que vem sido apontada é a de ser Isabel de Aragão, a Duquesa de Milão, ao serviço de quem o pintor trabalhou. Alguns estudos apontam que o tom verde escuro e o padrão das suas vestes são indícios da sua pertença à casa de Visconti-Sforza.
Uma comparação da modelo de Mona Lisa com retratos da duquesa revela que existem semelhanças evidentes entre ambas.
Hipótese 3: Leonardo Da Vinci
A terceira suposição amplamente debatida é a de que a figura representada no quadro é, na verdade, Leonardo Da Vinci vestindo roupas femininas.
Alguns acreditam que isso explica o motivo pelo qual a paisagem de fundo é mais alta do lado direito (associado ao gênero feminino) do que do esquerdo (associado ao gênero masculino).
Esta hipótese vem sido apontada com base nas semelhanças entre a modelo de Mona Lisa e os autorretratos que Da Vinci pintou. Pode ser argumentado, no entanto, que a similaridade resulta do fato de terem sido pintados pelo mesmo artista, que utilizou as mesmas técnicas e o mesmo estilo.
História do quadro
Os registros são de que o quadro começou a ser pintado em 1503 e foi levado pelo artista para França três anos depois (juntamente com A Virgem e oMenino com Santa Ana e São João Batista). A obra foi transportada no momento em que começou a trabalhar ao serviço do rei Francisco I.
Mona Lisa foi comprado pelo monarca e ficou exposto primeiro em Fointainebleau e depois em Versailles. Durante algum tempo, a obra esteve desaparecida, tendo sido escondida durante o império de Napoleão, que queria ficar com ela. Depois da Revolução Francesa, passou a estar exposta no Museu do Louvre.
A obra alcançou a popularidade junto do público geral em 1911, depois de ter sido anunciado o seu roubo. O autor do crime foi Vincenzo Peruggia, que pretendia levar Mona Lisa de volta para Itália.
Releituras de Mona Lisa na arte e na cultura
Nos dias de hoje, Mona Lisa se tornou uma das obras de arte mais populares de todo o mundo, sendo facilmente reconhecida até por aqueles que não conhecem ou apreciam pintura.
Seu impacto na História da Arte foi incomensurável, influenciando largamente os retratos pintados depois de Leonardo.
Muitos artistas têm recriado, no seu trabalho, o quadro de Da Vinci:
Monalisa Jogos OlímpicosMonalisa Jogos OlímpicosMonalisa Jogos OlímpicosMarcel Duchamp, L.H,O,O,Q (1919)
Além das artes visuais, Mona Lisa se impregnou na própria cultura ocidental.
A imagem está presente na literatura (Código Da Vinci, de Dan Brown), no cinema (Sorriso de Mona Lisa), na música (Nat King Cole, Jorge Vercillo), na moda, no graffiti, etc. A mulher que sorri misteriosamente alcançou o estatuto de figura icônica e até pop.
Curiosidades sobre a obra
Segredo do sorriso de Mona Lisa
Alguns relatos sobre a execução da obra dizem que Leonardo da Vinci teria contratado músicos que ficavam tocando para animar a modelo, fazendo com que ela sorrisse.
As cores do quadro mudaram
A paleta de cores usada é sóbria, com predominância do amarelo, marrom e verde-escuro. Mas vale destacar que atualmente as cores da obra são diferentes daquelas que Leonardo pintou.
O tempo e o verniz utilizado conferiram à pintura os tons verdes e amarelos que hoje vemos.
Alvo de vandalismo
O famoso quadro de Da Vinci tem sido alvo de vários atos de vandalismo, que pretendem ser encarados como críticas ao sistema social, político e artístico. Assim, Mona Lisa já passou por diversas restaurações.
Mona Lisa não tem sobrancelhas
Um outro fato curioso sobre a obra é o da modelo representada não ter sobrancelhas. No entanto, a explicação é simples: durante o século XVIII, era comum que as mulheres raspassem as sobrancelhas, pois a Igreja Católica acreditava que os pelos das mulheres eram sinônimo de luxúria.
Aliás, assim como Mona Lisa, são frequentes as obras da mesma época que retratam mulheres de sobrancelhas raspadas.
E como exemplo disso temos outras obras do próprio Leonardo. É o caso do Retrato de Ginevra de’ Benci, um dos únicos quatro retratos pintados pelo artista que incluem também a Mona Lisa, a Dama com Arminho e La Belle Ferronière.
Leonardo da Vinci e o Renascimento
Nascido a 15 de abril de 1452 em Florença, Leonardo de Ser Piero da Vinci foi um dos maiores gênios do mundo ocidental. O seu trabalho se estendeu pelas mais diversas áreas do conhecimento: pintura, escultura, arquitetura, matemática, ciência, anatomia, música, poesia e botânica.
O seu nome entrou para a História da arte e da cultura sobretudo devido às obras que pintou, do qual se destacam A Última Ceia (1495) e Mona Lisa (1503).
Leonardo da Vinci se tornou um dos expoentes máximos do Renascimento, movimento artístico e cultural que promovia uma redescoberta do mundo e do Homem, priorizando o humano em detrimento do divino. Morreu em 2 de maio de 1519, na França, ficando para sempre marcado como um dos maiores gênios da Humanidade.
Outro dia em leitura machadiana, me deparei com um texto que relatava divergências em família no início do século XVII por, advinha você queria leitora, política. Página 61.
Qualquer semelhança com os dias de hoje não é mera coincidência
“Eu não quero passar adiante, sem contar sumariamente um galante episódio de 1814, tinha Brás Cubas nove anos.
Napoleão, quando nasceu o personagem de Machado de Assis, estava em todo o esplendor da glória e do poder; era imperador e granjeara inteiramente a admiração dos homens. O pai de Brás Cubas, que à força de persuadir os outros da nobreza de sua família, acabara persuadindo-se a si próprio, nutria contra ele um ódio puramente mental. Era isso o motivo de renhidas (o mesmo que: porfiada, cruenta, desesperada, encarniçada, sangrenta.) contendas na casa dos Cubas, porque um tal de tio João, não sabemos se por espírito de classe e simpatia de ofício, perdoava no déspota o que admirava no general. já outro tio padre era inflexível contra o corso. Os outros parentes dividiam-se, daí as controversas e as rugas.”
Para regozijo público e convivência social, algumas pessoas preferem o silêncio ao diálogo franco (aquele em que você escuta não para interromper uma pessoa, mas para ouvir diferentes perspectivas e visões de mundo que não a sua.).
Quem fica com este último, consegue de terra e estrume colher flor: vence quem entende que tudo é política, ganha quem tem a moral (mais do que os bons costumes) como norte, não apenas para o comportamento cotidiano da porta pra fora, mas, principalmente, da porta pra dentro de casa. Vence quem segue a Lei da Empatia.
Assim como dizia o poeta: o menino é o pai do homem, fica aqui minha homenagem em forma de paródia: O ser humano é o pai do cidadão. Antes de sermos agentes sociais, somos pedaço de carne, humanos, contraditórios, mesquinhos, e necessitando urgentemente (em sua maioria esmagadora) de um chá de revelação de classe social.
No dicionário, as definições de fofoca nos guiam para uma interpretação negativa do ato. De toda forma, desde o seu surgimento até os dias presentes, nota-se, em menor ou maior grau, o uso da fofoca nas relações sociais. Para você, é errado fofocar?
Por mais que na maioria das vezes a fofoca seja associada a uma prática maliciosa, estudos sociais a veem como algo positivo, por gerar comunicação e vínculos de identificação entre indivíduos pertencentes a grupos sociais. E ainda, algumas pessoas a enxergam como uma espécie de ferramenta social, que possibilita discussões sobre as relações e trocas cotidianas.
As narrativas sobre a real origem da fofoca são variadas, mas se entrelaçam com as ideias de evolução da espécie humana. Para fofocar, é necessário se comunicar através de uma linguagem, seja ela verbal ou não verbal. Sabemos que os animais possuem métodos comunicativos entre si. As abelhas e formigas, por exemplo, se comunicam para encontrar seus alimentos. Mas por que esses animais não fofocam?
A resposta mais aceita é: a linguagem humana é extremamente versátil. O Homo Erectus, que surgiu há cerca de 1,8 milhões de anos, possuía um cérebro maior que seus antepassados, o que permitia a criação de sociedades um pouco mais complexas. Por consequência, os novos hominídeos desenvolveram linguagens mais avançadas, segundo a teoria defendida por Klaus Zuberbuehler, da Universidade de St. Andrews, na Grã-Bretanha.
Fonte: Google Imagens
A capacidade de criar signos e ideias compartilhadas entre grupos, a partir de palavras e frases que arbitrariamente significassem algo, possibilitou que um número vasto de estranhos pudessem cooperar entre si de maneira eficaz. Acredita-se na evolução dos antepassados até o aprimoramento da fofoca como prática realizada pelos Homo Sapiens Sapiens.
Outras teorias sobre o surgimento da fofoca tem ganhado força nos últimos tempos, como a da descoberta do fogo, que aconteceu por volta de 1 milhão de anos atrás. Acredita-se que os hominídeos , mais aquecidos e seguros em torno de uma fogueira, tinham a oportunidade de se comunicar de maneira mais livre sobre assuntos menos sérios, que não envolvessem a adrenalina das caças durante o dia.
Ainda, alguns estudiosos apontam a fofoca como inerente ao ser humano moderno, e atribuem isso ao período inicial da vida. Logo na infância, as crianças naturalmente possuem o desejo de partilhar informações, sejam entre si, ou com adultos. De todo modo, a arte da fofoca faz parte do nosso cotidiano, mesmo que não intencionalmente. Com isso, a pergunta volta à tona: é errado fofocar?
Na moda, a cor rosa teve como marco o uso nas roupas da famosa amante do rei Louis XV, a mais histórica e icônica Madame Pompadour e de Maria Antonieta. A partir desse momento, a pigmentação passou a fazer parte das cores da nobreza
– [x] The Pink Dancers, Before the Ballet – Edgar Degas – [x] Pink Marilyn, 1967, Andy Warhol– [x] Pinkie, 1794, Thomas Lawrence– [x] Hibiscus with Plumeria, 1939, Georgia O’Keeffe– [ ] Mondrian in Pinks (my title), S.A. FairlessDi Cavalcanti – moças de Taubaté
POLÊMICA
Segundo a historiadora Valerie Steele o nascimento do rosa moderna começou no século XVIII. Nessa época, o rosa havia sido a cor escolhida pelas cortesãs (olha lá a Madame Pompadour – aliás, tenho uma dica maravilhosa de livro sobre ela, Cortesãs e Favoritas / Henri Kock o autor) incluindo a realeza e a aristocracia.
Talvez mesmo a grande influencer do rosa tenha sido Madame Pompadour. O motivo? Ela virou tela de inúmeras pinturas de pintor François Boucher – um pintor francês, talvez o maior artista decorativo do chamado setecento europeu. Embora tenha vivido num século dominado pelo Barroco, ia além desse estilo e identificava-se mais com o Rococó.
Às imagens:
Madame Pompadour Madame Pompadour
E tem mais:
Pega o toque de blush, pintura de 1759:
Da corte dos anos 1980 o rosa foi ganhar força mesmo nos anos 1950:
MAIS POLÊMICA COM A HISTÓRIA DA COR ROSA:
PUNK E PROTESTO
Nos anos 1950, o rosa se afastou da sua posição de conformidade e assumiu um novo propósito: a resistência.
Paul Simonon, baixista da banda punk inglesa The Clash foi responsável pela famosa frase “O Rosa é a única cor verdadeira do Rock’n Roll”. Para sua apresentação no Glastonburry em 1999. Courtney Love – conhecida por seus vocais – trocou inesperadamente seu visual rebelde por uma fantasia rosa de balela e asas de fada.
Rosa também é a cor do ativismo feminista. A marca das mulheres de 2017 vou manifestantes saindo às ruas com o escrito “chapéus de buceta” na cor rosa.
Os chapéus eram uma resposta ao então presidente Donald Trump, que se vangloriava de “agarrar mulheres pela buceta”.
O ROSA é, acima de tudo, uma cor transgressora, que se transforma com o tempo e não se esquiva de parodiar seu próprio passado.
A verdade é que o rosa sempre faz uma declaração. Cabe ao narrador e interlocutor o diálogo.
Uma nova civilização foi edificada, a qual já não se propõe estrangular o desejo, mas que o exacerba e o desculpabiliza: o usufruto do presente, o templo do eu, do corpo e do conforto tornaram-se a nova Jerusalém dos tempos pós-moralistas. […] O culto da felicidade em massa veio generalizar a legitimidade dos prazeres e contribuir para a promoção da febre da autonomia individual. (LIPOVETSKY, 2004; p. 60)
Segundo Lipovetsky (2007; p. 98), “a fragmentação dos sentimentos e das imposições de classe criou a possibilidade de escolhas particulares e abriu caminho à livre expressão dos prazeres e dos gostos pessoais”. De acordo com o autor, “na sociedade de hiperconsumo, as pessoas tendem a situar seus interesses e os seus prazeres, em primeiro lugar, na vida familiar e sentimental, no repouso, nas férias e viagens, atividades de lazer e outras atividades associativas.” (LIPOVETSKY, 2007; p. 227)
A princípio, pode parecer que esses valores estão no produto, mas somos nós que os impregnamos de significados: “os objetos seduzem-nos porque têm necessidade de nós para existirem. Sem consumidores ‘pós-modernos’, isto é, sem pessoas que assumam uma atitude fetichista no consumo, não há mercadorias sedutoras.” (VOLLI, 2006; p. 217)
A este respeito, Nietzche tinha razão: a ilusão, a ficção, as representações são necessárias à vida porque é preciso que a vida inspire confiança. Assim, é errado encarar as promessas da sociedade de hiperconsumo como um sistema de intimidação e de culpabilização quando estas são, em primeiro lugar, um complexo de mitos, sonhos, significações imaginárias que, criando objetivos e promovendo a confiança no futuro, favorecem a reoxigenação de um presente muitas vezes desgastado. (LIPOVETSKY, 2007; p. 290)
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