A TEORIA DA FOFOCA
No dicionário, as definições de fofoca nos guiam para uma interpretação negativa do ato. De toda forma, desde o seu surgimento até os dias presentes, nota-se, em menor ou maior grau, o uso da fofoca nas relações sociais. Para você, é errado fofocar?
Por mais que na maioria das vezes a fofoca seja associada a uma prática maliciosa, estudos sociais a veem como algo positivo, por gerar comunicação e vínculos de identificação entre indivíduos pertencentes a grupos sociais. E ainda, algumas pessoas a enxergam como uma espécie de ferramenta social, que possibilita discussões sobre as relações e trocas cotidianas.
As narrativas sobre a real origem da fofoca são variadas, mas se entrelaçam com as ideias de evolução da espécie humana. Para fofocar, é necessário se comunicar através de uma linguagem, seja ela verbal ou não verbal. Sabemos que os animais possuem métodos comunicativos entre si. As abelhas e formigas, por exemplo, se comunicam para encontrar seus alimentos. Mas por que esses animais não fofocam?
A resposta mais aceita é: a linguagem humana é extremamente versátil. O Homo Erectus, que surgiu há cerca de 1,8 milhões de anos, possuía um cérebro maior que seus antepassados, o que permitia a criação de sociedades um pouco mais complexas. Por consequência, os novos hominídeos desenvolveram linguagens mais avançadas, segundo a teoria defendida por Klaus Zuberbuehler, da Universidade de St. Andrews, na Grã-Bretanha.

Fonte: Google Imagens
A capacidade de criar signos e ideias compartilhadas entre grupos, a partir de palavras e frases que arbitrariamente significassem algo, possibilitou que um número vasto de estranhos pudessem cooperar entre si de maneira eficaz. Acredita-se na evolução dos antepassados até o aprimoramento da fofoca como prática realizada pelos Homo Sapiens Sapiens.
Outras teorias sobre o surgimento da fofoca tem ganhado força nos últimos tempos, como a da descoberta do fogo, que aconteceu por volta de 1 milhão de anos atrás. Acredita-se que os hominídeos , mais aquecidos e seguros em torno de uma fogueira, tinham a oportunidade de se comunicar de maneira mais livre sobre assuntos menos sérios, que não envolvessem a adrenalina das caças durante o dia.
Ainda, alguns estudiosos apontam a fofoca como inerente ao ser humano moderno, e atribuem isso ao período inicial da vida. Logo na infância, as crianças naturalmente possuem o desejo de partilhar informações, sejam entre si, ou com adultos. De todo modo, a arte da fofoca faz parte do nosso cotidiano, mesmo que não intencionalmente. Com isso, a pergunta volta à tona: é errado fofocar?
Texto de Fernando Sabino




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