um livro, uma música, um filme e uma série que te deixam com espírito bem confuso!
Sabe aquele sentimento de algo que você tem repulsa, mas no fundo deseja?
Deus me Free (livre) mas quem me dera, é um meme maravilhoso que caiu nas graças da Internet pra representar justamente a ironia de duas expressões que, informalmente, são praticamente antônimos (sentidos opostos) e acabam ficando com o sentido de uma interjeição controversa.

Pensando nessa belezoca de expressão, segue aqui uma lista pra você se deliciar (sem sentir culpa) da suas próprias contradições:
1- Livro que Deus me Free, mas quem me dera:
50 tons de cinza
A verdade é que Christian Grey é um belo de um boy lixo e estaria na Maria da Penha se fosse pobre. Ele é um babaca-egoísta, porém, a leitura é tão comercial (recheada de erros de gramática se você ficar ligadinha) que você pode acabar um volume do livro rapidinho durante o final de semana. Verdade seja dita: sempre que a gente termina um livro, dá aquela sensação de cruzar alguma linha de chegada e nosso ego gosta disso. Além de que literatura erótica pra mulher é tão difícil de se encontrar por aí que a gente acaba ficando satisfeita com um pouco de migalha. Dá sim um tesão.
2 – Música que Deus me Free, mas quem me dera
Ela só quer PAZ, do Projota.
Eu nunca vou perdoar o Projota por ter estragado essa música pra gente no BIG BROTHER 21 com um comportamento tão arrogante. Poxa! Somos política aplicada e conversas banais com inúmeros finais! Vão-se os cantores, ficam-se as melodias. Vocês conseguem separar obra e criador?
3 – Filme que Deus me Free, mas quem me dera
Match Point, Woddy Allen.
A descoberta da pedofilia do cineasta também traz a tona o questionamento da separação obra X criação! Minha opinião: que vá fazer filmes da cadeia. Nunca mais consegui dar play em nenhum filme dele, porém, não consegui jogar fora toda a coleção de DVD’s que fizeram parte da minha formação filosófica e cinematográfica durante meus 20 e poucos anos. Controverso, né? O filme Match Point, em especial, marcou um momento em que, pela primeira vez, saquei a referência direta à obra Crime e Castigo, do Dostoievski, o que me fez sentir um acréscimo de estima por mim mesma, me causando a sensação de grandeza intelectual. Pode parecer bobo, mas a vibração do pensamento próprio foi inesquecível. Tenho muito desejo de rever esse filme, mas me falta coragem. Sinto que seria uma quebra de sonoridade.
4 – Série que Deus me Free, mas quem me dera
Dinasty, 2018 (tem no Netflix)
Fiquei completamente hipnotizada pela Fallon Carrignton, uma menina mimada, privilegiada, arrogante, sarcástica, (muitas vezes cruel), egoísta e manipuladora que quer a todo custo criar seu próprio império (ela atira para todos os lados) mas que faz isso trabalhando apenas as conexões interpessoais que sua posição de herdeira lhe garantem, no lugar de sentar a bunda na cadeira e criar algo com o próprio cérebro. A série é absurdamente longa (são 4 temporadas com mais de 20 episódios cada e eles duram mais de 40 minutos), e as coisas começam a acontecer meio em looping de narrativa, mas eu não consegui parar de assistir até acabar tudo. Ah sim, o figurino é impecável. Recheado de Chanel, Dior, Valentino e muitos, muitos Louboutins.

e aí, quem seu Deus me free, mas quem me dera?
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