Nota média da série:




Documentário • 13 eps • 26Min •
Outro dia estava à toa vendo televisão, cai no Canal Curta, era quinta feira.
Não sabia que se tratava de documentário, mas acabei postando um trecho do que estava ouvindo (e amando) no Tik Tok e Stories. Algumas seguidores perguntaram do que se tratava, então, achei que valia o post completo sobre papo em questão.



Ao caso:
O cineasta Murilo Salles, conhecido por produções como Nunca Fomos tão Felizes (1984) e Nome Próprio (2007), estreia seu primeiro projeto idealizado para a TV nesta quinta-feira (24). Exibida pelo canal Curta!, a série documental Alegorias do Brasil coloca no centro do debate as expressões culturais que afirmam a identidade do brasileiro.
Uma imersão em nossas raízes históricas, nas mazelas e qualidades que nos tornam brasileiros.
Ao longo de 13 capítulos, mais de 50 (!!!!!!) intelectuais que pensam o Brasil fazem uma revisão crítica dessas formações culturais que nos singularizaram.
Em 13 episódios, escritores, pensadores e filósofos analisam temas que vão do futebol ao famoso “jeitinho”. Participam da série nomes como Vladimir Safatle, Silviano Santiago, Maria Rita Kehl, Nuno Ramos e Marilena Chaui. Na estreia, a temática a discussão é sobre o caráter fragmentado e imaginativo da construção da identidade brasileira. Com produção da Cinema Brasil Digital e financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual, a série será exibida sempre às quintas, às 23h30min. Veja abaixo o tema de cada episódio:
Filósofa Marilena Chaui é uma das entrevistadas no episódio da série “Alegorias do Brasil”
TV Curta / Divulgação
Episódio 1: Identidade e Natureza
Neste primeiro capítulo, a produção investiga que, no Brasil, não vigora um símbolo forte e essencial de identidade, mas sim, alegorias fragmentadas do que é o ser brasileiro. Em seguida, como esse sentimento de identificação dos brasileiros com seu país passa menos pela nossa história concreta e seus eventos políticos do que pela imaginação, ou seja, pela natureza e pela cultura.
Episódio 2: O Viro do Ipiranga
Com uma perspectiva histórica, o capítulo visita a formação do Brasil e o modo como ela foi marcada menos pelo planejamento racional e organizado do que pelo improviso e pela lógica da viração. Primeiro, os brasileiros tiveram que se virar pela falta de Estado. Depois, tiveram que se virar para driblar um Estado espoliador.
Episódio 3: O Estado Sou Eu
Luis XIV ficou famoso por ser o rei na França que afirmou: “o Estado sou eu”. Sua frase designava um poder monarca absoluto, mas no caso do Brasil aplicar-se-ia ao processo de modernização do país, atendendo pelo nome de patrimonialismo. O Estado, ao invés de público, serve para atender aos interesses privados.
Episódio 4: Cordialidade
Sérgio Buarque de Holanda, nos anos 1930, cunhou o conceito de cordialidade, no qual os brasileiros construíram suas redes de relação, inclusive com o poder, baseando-se no coração, que ama e odeia, que gosta e desgosta. Relações baseadas numa extrema pessoalidade. Isso teria impedido a formação do âmbito republicano da política, por um lado, mas mantido também uma humanidade que resiste ao processo tecnocrata da era moderna.
Episódio 5: Aquarela do Brasil
Retratada tantas vezes nas cores amenas da aquarela, a escravidão constituiu, no entanto, a nada amena querela do Brasil. Talvez a principal chaga do país, tendo em vista que a sua abolição foi precária e inconclusa. O passado escravocrata e o racismo que o acompanhou – separando brancos como humanos e negros como não humanos – permanece ecoando no presente do país.
Episódio 6: Sem Fé, Sem Lei, Sem Rei
O processo de colonização do Brasil deixou aos índios que habitavam o território as alternativas de morrer fisicamente ou simbolicamente. Mas, por outro lado, permitiu o intercurso entre a suas culturas e a europeia. Essa aculturação é notável nas representações que, desde Pero Vaz de Caminha até o Romantismo e o Modernismo, foram feitas dos índios e moldaram a nossa imaginação sobre eles.
Episódio 7: Vívidos de Amor
Entre as mais famosas alegorias do Brasil, está a da miscigenação. O papel desempenhado pela sexualidade na formação desse que é reconhecido o nosso principal traço cultural. A miscigenação ocorreu, mas não como por vezes se imaginou, ao criar o paradigma de democracia racial, mas ela se deu, também, na base da violência com mulheres negras e índias.
Episódio 8: Alegria é a Prova dos Nove
Livre das amarras coercitivas das leis rígidas da moral europeia, o povo do Brasil costuma se pensar mais aberto à alegria. Liga-se a ela o prazer experimentado no corpo que samba e outros elementos culturais que favoreceriam uma existência solar nos trópicos. Ouça-se, porém, as suas letras, e repare-se quanta tristeza. Entre a alegria pulsional e a melancolia, o Brasil oscila afetivamente na sua formação.
Episódio 9: Macunaíma
Criado por Mário de Andrade, o personagem do romance Macunaíma tornou-se a grande alegoria modernista do Brasil. De um lado, é esperto e livre. De outro, mentiroso e malandro. Suas ambivalências são as do próprio brasileiro. O herói é sem caráter: não é nem bem e nem mal caráter. É aberto e plástico. Mas acaba morto. Será que hoje ainda há espaço para o malandro, que não obedece e nem afronta a lei, mas dribla a lei? Ainda somos macunaímicos?
Episódio 10: Jeitinho
O Brasil não é o único país onde as pessoas dão seu jeitinho, mas provavelmente é o único que se reconhece e se identifica por esse procedimento. O jeitinho é um elemento ambivalente da cultura: de um lado, é desprezo às regras e às leis; mas, de outro lado, é a alternativa criativa para superar o desamparo institucional. No Brasil, o jeitinho parece ser ao mesmo tempo nossa danação e nossa salvação.
Episódio 11: Qual o País do Futebol?
O futebol não é só um esporte no Brasil, mas uma atividade cultural eleita várias vezes como espelho do país. Por isso, não exigimos apenas a vitória da seleção, e sim o futebol arte. Nele, estariam nossas virtudes e defeitos: criação e corrupção, invenção e malícia. Nossas vitórias espelham o que teríamos de melhor: Copa de 1970. Mas nossas derrotas expõem o que temos de pior: Copa de 2014.
Episódio 12: Saudades do Futuro
O século XX no Brasil viu prosperar o espírito modernista que jogava suas esperanças no futuro. O progresso e o desenvolvimento eram as formas de efetivar a potência desse “país do futuro”. Nada simbolizou melhor tal projeto do que a capital Brasília. Hoje, contudo, vivemos a frustração desse projeto e nossa saudade, assim, é daquele passado no qual se sonhava com o futuro.
Episódio 13: Conciliação e Conflito
O Brasil não é um país de história pacífica, como muitas vezes se acreditou. Pelo contrário, sua formação é cheia de revoltas, mesmo que não tenha passado por uma revolução. Por muito tempo, porém, a conciliação marcou um modo de lidar com as tensões sociais de um país desigual, que adiava o seu enfrentamento. Mas hoje parece que os conflitos assomaram e estão em aberto. O que virá daí?
Como e por que somos assim? Quais procedimentos sociais foram se impondo e nos moldando?
Horários de exibição do programa no canal curta
- 13/05/2023 10:00:00 [daqui a 18 hora(s)]
- 15/05/2023 09:00:00 [daqui a 3 dias]
- 18/05/2023 21:00:00 [daqui a 6 dias]
- 19/05/2023 01:00:00 [daqui a 6 dias]
- 19/05/2023 15:00:00 [daqui a 7 dias]
Sobre o Canal Curta:
O Curta! é um canal de televisão por assinatura brasileiro fundado em 1 de novembro de 2012. É um canal independente, dedicado às artes, cultura e humanidades. Documentários em curta, média e longa-metragem predominam em sua programação, que traz também séries e cinema de ficção. O Curta! Wikipédia
Algar TV: Canal 391
Cidade de origem: Rio de Janeiro, RJ
Curta! Via Internet: Assista ao vivo
Oi TV: Canal 76; Canal 75 (Satélite SES-6)
Tipo: Canal de televisão por assinatura
Vivo Play: Simulcast
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