Somos românticas que acham a realidade superficial. Realistas que acham o romantismo vazio. Artistas que acham os burgueses grotescos e burguesas que acham os artistas pretensiosos. Tudo isso vindo de pseudo misantropas que, no fundo, acham todo mundo apaixonante.
Há em nós, aqui na Coletivo Lírico, literalmente falando, duas (ou seriam infinitas) mulheres diferentes: algumas que amam a retórica, o lirismo, os altos voos do pensamento, a sonoridade das frases e, umas outras, que vasculham e escavam o real tanto quanto podem, que acham o detalhe tão poderoso quanto o grande fato. Bovary (Flaubert) Karenina (Tolstói) Luisa (a do Queiroz, não a do Canadá), Nora (Ibsen) todas sofriam dessa contradição: ora sofredoras, ora anti-heroínas, ora guerreiras…
Mas e se, por acaso, a real conjunção da vida for aditiva e não alternativa? Somos isso E aquilo. Não existe OU. Vai ver que a gente só mente mesmo as verdades… É, crianças, a coisa mais divina que há no mundo, realmente, é viver cada segundo como nunca mais…
0 comentários