mulhere inesgotável: seja uma também

por | 27/07/2018 | cultura, newsletter, prosa & poesia, vida interior

Viva Hilda viva!

Hilda Hilst está na moda.

É engraçado porque Hilda é aquela peça vintage que ninguém deu muita bola quando foi lançada à época, e de repente todo mundo encontrou no guarda roupa da avó ao mesmo tempo e decidiu que é coisa de mulher moderna. Que brusinha linda, e tava lá encostada.

Finalmente resolveram entender aquela mulher que sempre dizia “fico besta quando me entendem”.

Mas, será?

Hilda não é uma camiseta escrito FEMINISTA, aquela que hoje em dia vende em tudo que é fast fashion e que noto que muitos estão loucos para vestir na escritora. Ela era, na real, uma mulher privilegiada, de família rica, que me parece ter sempre se preocupado mais com ela mesma do que com qualquer coletivo. E, apesar de ter usado muito vestido haute couture do Dener, eles não eram pra ela. O hype não servia nela, era pequeno.

Mas ela pode ser uma camiseta escrito “Aflição de ser eu e não ser outra”, mais uma frase tão famosa sua. Mesmo nunca tendo aderido formalmente a nenhum movimento político, havia ali uma mulher cansada da maneira como as mulheres eram vistas na sociedade, e exausta do que ela mesma era obrigada a se submeter para tentar ser lida, por ser mulher.

Em uma entrevista, certa vez, Hilda justificou sua fuga de São Paulo para o interior assim: “Porque ou eu fico fazendo esse puta charme dia e noite, andando pelas ruas, falando nas universidades que eu sou caralhal, ou eu escrevo. Qual é o meu negócio?”. Não é muito diferente do que disse a maravilhosa Roxane “má feminista” Gray em seu livro “Fome”, lançado esse ano: que ela queria poder ser lida apenas, sem ser vista. É preciso ser vista, analisada fisicamente, para decidirem se ela é ou não uma mulher que tem valor? Como se a aparência da autora fosse parte fundamental da qualidade de seu trabalho.

Hilda não era uma mulher delicada e submissa, embora muitas vezes defendeu essa mulher em sua obra. Ao mesmo tempo em que construiu personagens fortes e contraventoras, como em “A Obscena Senhorita D”, criou montes de personagens masculinos que, sob sua perspectivas, julgaram mulheres que não se encaixassem nos padrões impostos socialmente. Mas a própria Hilda nunca se encaixou e, na verdade, nem tentou muito. Poeticamente contraditória, ela.

“Fico besta quando me entendem”. Hilda não é fácil de entender. Mas ficar tentando entendê-la a cada poema, a cada livro, a cada imagem daquele olhar cheio de uma sabedoria dura é, certamente, uma delícia.

em homenagem à essa inesgotável mulher, fizemos uma inesgotável brusinha!

  • inesgotável porque a gente quer que você viva tantos momentos lirificados com ela que, assim, ela vai ficar pra sempre num lugar super especial na sua memória mas miga sua loka ou migo seu loko por favor não joga a pobrezinha na máquina porque ela é pintada à mão com tecido 100% algodão sustentável! hahah

ela custa 69,90 fichas, dá pra dividir em 3 vezes sem juros comprando aqui ou dá pra arrematar essa belezinha com a gente pelo Whatzapp (com link do Mercado Pago direto no celular) só chamar a Karol no 11 9712 9229 que ela vai te responder com todo nosso amor, carinho e good vibes.

Com afeto

Coletivo Lirico




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Autor:

Helô Gomes
Helô Gomes é bacharel em jornalismo, premiada nacionalmente com a obra "Cordel de Moda - arte e Cotidiano na feira de Caruaru"; cobriu as principais semanas de moda do circuito Nova York, Londres, Milão, Paris, Rio e São Paulo, publicou e apresentou pesquisas científicas a convite da USP em Dublin, Moscou, Budapeste e Cracóvia, é apaixonada por literatura e arte e no Coletivo Lírico expressa todo seu olhar sobre a moda em forma de objetos de consumo afetivos

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