Poema – “Porquinho-da-Índia”
PORQUINHO-DA-ÍNDIA
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .
— O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

“Porquinho-da-índia” nos faz recordar aquele primeiro bichinho de estimação que tivemos, que tanto pedíamos a nossos pais.
Analisando o poema, percebemos a presença da linguagem coloquial e emotiva, bem como uma construção assimétrica. Há ainda a presença recorrente do diminutivo em “bichinho”, “limpinhos” e “ternurinhas”, que remete ao universo infantil. Além disso, é possível identificar uma aliteração dos fonemas “s”, “n” e “m” e a assonância das vogais “a” e “o”.
Assim como Manuel Bandeira, muitos têm o seu bichinho de estimação como o primeiro amor ♥
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