Tenho preguiça de gente nude. Assim: existe um grande abismo entre uma estética harmoniosa e uma personalidade tediosa. Minimalismo, pra mim, não é a presença da ausência de elementos. Muito pelo contrário: é a abundância de mínimos detalhes insuportavelmente inspiracionais e surpreendentes que não nos resta outra alternativa a não ser nos apaixonarmos por cada um deles.
Tanto ideal estético sem raíz emocional real por aí: tipo gente que posta livro ou obra de arte e usa legenda descritiva com títulos e autores, sabe? Não, amigo, está errado! Não precisa me mostrar o que você viu. Me mostra o que você sentiu. Vai ser tão mais legal, tão mais cheio de subjetividade… Eu acredito no minimalismo do entusiasmo do olhar que preenche mais que declaração de amor, no beijo no rosto que arrebata mais que tsunami, no silêncio que só existe porque o coração está batendo tão alto que mal dá pra escutar as palavras.
Quem expande nossa imaginação é o arco-íris, minha gente. E, como diria nosso querido amigo poeta Marcel Proust em seu formidável ‘Em Busca do Tempo Perdido’: “a gente tem a nossa disposição a mesma quantidade de mundos do que artistas originais”. É maximizando significados e minimizando superficialidades que a vida fica mais eterna, que a vida fica mais hoje, que a vida fica sublime, amor.
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