A célebre frase “ser ou não ser, eis a questão” da peça A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare, mostra que as questões essenciais estão aí há séculos.
A cena que vem à mente é Hamlet, o protagonista, com uma caveira na mão, questionando se vale a pena continuar sofrendo ou se deveria tirar a própria vida: “Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz ou pegar em armar contra o mar de angústias e combatendo-o, dar-lhe fim?”
A frase hoje, distante do sofrimento original, pode ser entendida como uma alegoria qualquer de “faço ou não faço?”. Somos resultado das nossas escolhas. Para viver em sociedade, em muitos momentos, deixamos de ser para aparentar.
Muitas vezes representamos um papel existencial longe de nossa essência, do nosso puro ser. Também as terapias cuidadoras, dentre elas a filosofia clínica, aprende-se que na mesma pessoa podemos ser masculino e às vezes feminino, verdadeiro e em alguns momentos mentiroso, corajoso e covarde, belo e feio, Liz e sombra, Yin e Yang. Não é assim para todos, mas não é raro encontrarmos essas pessoas.
Uma pessoa certa vez disse que “dentro de nós há dois lobos brigando, um mau e um outro bom”. Questionado qual deles ganharia o confronto, ele respondeu: “Aquele que eu mais alimento”. Eu não sou somente aquilo que falo, aquilo que penso, mas fundamentalmente aquilo que faço, aquilo que alimento, aquilo no qual direciono a luz. Já pensou sobre isso?
Já
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