Quando encontrei essa foto nos meus arquivos, a primeira reação que tive foi de querer deletá-la. Lembro-me da antipatia dessa figura fashion e por quantas vezes tentei entrevistá-la durante as minhas coberturas de semanas de moda internacionais, porém, sempre ligeiramente protegida pelos seguranças, ela nunca me concedeu uma só palavra.
Muito diferente de @annadellorusso ou @carineroitfeld que sempre sorrindo e dispostas pareciam mais curiosas do que eu mesma diante de minhas perguntas de jornalista iniciante.
Segui num olhar atento à imagem e, poxa, como t-shirt fica linda com colarzão & jaqueta, né?! Aí lembrei daquela fala da #MirandaPriestly (aliás, única narrativa que prefiro o filme ao livro) em que ela diz: “se eu fosse um homem ninguém me julgaria dessa maneira” e entendi que se a gente quer provocar rupturas, primeiro, a gente precisa abrir o debate: talvez #AnnaWintour oprimisse tanto todos ao seu redor pois só repassava o modelo de opressão que recebia dentro do mercado editorial.
Que bom que hoje existem as redes sociais e os influenciadores – que libertaram as marcas das algemas de dependerem única e exclusivamente de um nicho seleto de profissionais da moda para terem seus trabalhos divulgados. Que bom que a circulação da informação (e da imagem!) hoje dependem também de quem produz e não somente de quem se considera digno da crítica. Que bom que hoje é 2020, com todo o clichê & pleonasmo que essa fala carrega.
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