Independente da questão de possuir o objeto admirado ou não
Até mesmo um bolo de casamento bem confeccionado, quando admiramos na vitrine (ou, em épocas de rede social, no Pinterest, Instagram, Tik Tok, Be Fake ops Be Real)


nos parece belo, mesmo que por questões de distância, (aquilo ser apenas uma imagem ou um vídeo), saúde ou de inapetência, não desejamos como um ser a ser adquirido.
É bela alguma coisa que se fosse nossa nos deixaria felizes, mas que continua a sê-lo se pertence a um outro alguém.
Naturalmente não se considera o comportamento de alguém, diante de uma coisa bela como um quadro de um grande pintor, deseja possuí-lo por orgulho de ser possuído para poder contemplá-lo, todo dia ou porque tem grande valor econômico. Foi assim que eu comecei a gostar de assistir desfile de moda: eu não precisava necessariamente comprar uma roupa para apreciar um bom desfile (o mais lindo que já vi foi um da Burberry, em Londres, eles fizeram nevar na passarela. Foi lindo!)




12 girassóis em uma jarra – Van Gogh – atualmente no museu dedicado ao artista em Amsterdã, na Holanda,

Girassóis (1889) de Vincent van Gogh
Estas formas de paixão, ciúme, desejo de possuir, inveja ou avidez, nada têm a ver com o sentimento do Belo.
O sequioso que ao dar-se com uma fonte precipita-se para beber não lhe contempla a Beleza. Pode fazê-lo depois, uma vez satisfeito seu desejo.
Por isso o sentido da Beleza é diverso do sentido do desejo.
Podemos considerar alguns seres humanos, obras de arte, peças de roupa, que nunca serão nossos, belíssimos.
Nesta resenha de idéias de Beleza, reafirmando a penúltima frase, é diverso do sentido de desejo.
Existem coisas que se mostram agradáveis à contemplação independentemente do desejo que temos delas.
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